terça-feira, 4 de outubro de 2011

A casa - parte 2

A sala de estar: Deixamos a sala de jantar e passamos à sala de estar. O lugar era cômodo e íntimo. Eu gostava. Tinha lareira, poltronas e um sofá, tudo em ambiente de quietude.
Disse-me: “Este é um lugar maravilhoso. Quisera vir aqui continuamente. É acolhedor e tranqüilo, um lugar especial para compartilhar nossa amizade”.
Bem, como um cristão que dá os seus primeiros, senti uma grande emoção. Não podia imaginar nada melhor do que passar alguns minutos com Cristo, em íntima comunhão. “Estarei aqui cedo a cada manhã”, me prometeu. “Encontre-me aqui e começaremos o dia juntos”.
E assim, manhã após manhã, eu descia do meu quarto a esse lugar. E tomava da biblioteca um livro da Bíblia, nós o abríamos e líamos juntos. Ele me revelava as maravilhosas verdades da salvação de Deus. Meu coração cantava quando Ele expressava o seu amor e graça para comigo. Eram momentos verdadeiramente extraordinários.
Todavia, pouco a pouco, sob a pressão das muitas responsabilidades, esse tempo juntos se tornou mais breve. Por quê? Não sei bem. Eu acreditava estar demasiadamente ocupado para dedicar um tempo fixo e constante com o Senhor. Entendam-me, não foi algo intencional. As coisas aconteceram assim, é isso. Depois de certo tempo, não só os encontros se tornaram mais breves, mas também, às vezes, eu faltava. Havia assuntos urgentes que me impediam de ter esse tempo para conversar a sós com Jesus.
Recordo-me de uma manhã... ansios
o por sair para cumprir minhas tarefas, eu descia as escadas saltando os degraus dois a dois. Passei em frente à sala de estar e absorvei que a porta estava aberta.
Ao olhar lá dentro, vi o fogo aceso e Jesus junto à lareira. De imediato, alarmado, recuperei o fôlego: “Sim, Ele é meu hóspede. Eu o convidei a entrar em meu coração. Ele veio para ser o meu Salvador e Senhor e eu o estou negligenciando”.
Detive-me, dei meia-volta e, com passo vacilante, entrei. Sem poder levantar a vista, disse: “Mestre, perdoa-me. Estiveste aqui a cada manhã?”
“Sim”, me respondeu. “Disse-te que estaria aqui todos os dias, para encontrar-me contigo. Nunca te esqueças que te amo. Paguei um preço muito alto para redimir-te. Tua amizade vale muito para mim. Se não podes guardar a hora silenciosa por amor a ti mesmo, faze isso por mim”.
O fato de vir a compreender que Cristo anela minha companhia, que quer estar comigo e que me espera, transformou a natureza de meu tempo a sós com Deus. Não deixe que Cristo espere no lugar de encontro em seu coração, mas busque a cada dia o tempo em que, com a Bíblia à mão e em oração, você encontrará com o Senhor para desfrutar de íntima comunhão com Ele.


Minha oficina: Quase em seguida, Ele me perguntou: “Tens uma oficina em tua casa?” Lá fora, junto à garagem da casa de meu coração, tinha uma bancada de trabalho e algumas ferramentas, mas não as usava havia muito. Eventualmente, entretia-me com algumas pequenas coisas, mas nunca fazia nada realmente produtivo.
Fomos juntos a ver o lugar. Ele olhou ao redor e me disse: “Estás muito bem equipado. Que estás produzindo com a tua vida para o Reino de Deus?” Então, sua vista se deteve em um par de brinquedos que eu deixara sobre a bancada, tomou um deles em sua mão e me perguntou: “É isto o que fazes para os demais em tua vida cristã?”
“Esteeee... bom, Senhor”, respondi, “eu sei que não é muito e realmente gostaria de fazer mais. Porém, às vezes sinto que não tenho forças para fazer mais”.
“Desejas ter melhor desempenho?”, me perguntou.
“Claro que sim!”, respondi.
“Bem, dá-me as tuas mãos. Agora, e
ntrega-te com confiança à minha direção e permitas que o
meu Espírito trabalhe através de ti. Eu sei que às vezes te sentes torpe, incapaz e não sabes o que fazer, mas o Espírito Santo é o Mestre Artesão e, se Ele controlar as tuas mãos e o teu coração, trabalhará através de ti”.
Quando Ele terminou de falar, pôs-se de lado, colocou suas mãos, grandes e fortes, debaixo das minhas, com seus dedos hábeis tomou as ferramentas e começou a trabalhar através de mim. Quanto mais eu descansava e confiava nele, mais Ele podia fazer com a minha vida.


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