terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Quando a eternidade é uma lembrança


Nos últimos dias, tenho praticado um tipo de "exercício mental" diferente. Durante todo o dia, penso sobre algum aspecto do caráter de Deus. É impressionante quantas coisas podemos descobrir simplesmente mantendo nossos pensamentos Nele. Hoje, estava pensando muito sobre o fato de que Deus é eterno.

Ok, mas o que isso muda para nós, seres humanos? 


Refletindo nisso, eu me lembrei de minha avó. Sempre que vou à sua casa, passo horas conversando, ouvindo suas lembranças de um tempo distante e guardando todos os conselhos sábios. Sempre me esforço o máximo que consigo para aprender com o seu exemplo: uma mulher humilde, cheia de ternura, que dedicou sua vida a ajudar os outros e ouvir a voz do Pai. Isso tudo, sem precisar de aplausos ou holofotes sobre ela.


E então, eu me peguei pensando sobre tudo isso. Um dia, a casa da vovó estará vazia. Um dia, as portas vão ranger, as paredes vão descascar e haverá poeira sobre as prateleiras. Um dia, as fotografias vão amarelar e tudo aquilo que agarramos com tanta foça nesse mundo vai virar pó.

Mas as lembranças, os ensinamentos e a sabedoria do exemplo vão permanecer. E quando a memória começar a falhar, sempre haverá alguém para aprender, alguém que levará tudo isso adiante. 

Pensar nessas coisas me fez lembrar que Deus é eterno. Tudo o que nós juntamos com tanto esforço durante nossa breve passagem por esse mundo, um dia vai ser guardada em um baú e deixada como herança. Tudo porque temos uma grande limitação: o tempo. Ele corre e não espera por ninguém. Mas com Deus não é assim. Ele não deixa um trabalho inacabado. Não ajunta coisas inutilmente. Não se esquece, nem deixa tarefas pra depois. Tudo o que Ele faz não range, não descasca, nem fica empoeirado. Deus não se limita em segundos, minutos ou horas. Ele é eterno.


Assim como os ensinamentos de uma avó na varanda passam de geração em geração, assim é o Seu amor. Ele não envelhece, não amarela. Mas continua sempre colorido, de um vermelho vivo que um dia escorreu em uma cruz e séculos depois, continua transformando vidas.


"Eu estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus". Fl 1:6



Que o Deus eterno continue a te surpreender hoje e sempre.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Caído na estrada



Sim. A postagem hoje vai ser sobre a velha história do bom samaritano, que conhecemos desde que usávamos fraldas. Pra alguns, pode parecer meio repetitivo e chato, mas se você tiver um pouquinho de paciência e uma mente aberta vai poder enxergar as mesmas coisas que eu também não conseguia enxergar antes da pregação do domingo.
O capítulo 10 de lucas dos versos 25 a 37 (se você puder, dê uma corridinha até a sua bíblia, ou procure na internet e leia esse trechinho) nos contam a história de um judeu que foi assaltado no meio da estrada. Os ladrões levaram tudo o que ele tinha, o espancaram, deixando-o semimorto, caído no chão. Depois de algum tempo, passou um sacerdote, mas nem chegou perto do homem e seguiu seu caminho, apressado. Pouco tempo depois, caminha pela mesma estrada, um levita que age da mesma forma que o sacerdote. E então aproxima-se um samaritano que se compadece do homem e cuida dele. Haaan, ok, e daí né?

Bem, a primeira coisa que temos que entender é que o sacerdote era aquele que era responsável pelo "culto" ao Senhor, era ele que preparava o sermão, aquele que devia chegar antes de toda a congregação, se preparar...provavelmente esse foi o motivo pelo qual ele estava passando com tanta pressa por aquele caminho. E o levita, quem era? o levita era aquele responsável pela liturgia do culto, quem selecionava os cânticos que seriam cantados... então, se o sacerdote já havia passado, provavelmente, ele estava atrasado.

Muitos anos se passaram desde que Jesus disse essas palavras, mas elas parecem bem reais hoje. Quantas vezes nós estamos correndo para cumprir compromissos, chegar na hora, cuidar das coisas da igreja, do trabalho, que esquecemos de olhar para os lados e ver o homem caído na beira da nossa estrada? Pessoas são mais importantes que coisas ou compromissos. Jesus sabia disso. Quantas vezes podemos ler nos evangelhos que o plano do Mestre era descansar ou orar sozinho, mas por amor à multidão que o seguia, deixou de fazer essas coisas para curá-las e ensiná-las (Marcos 6:30-34).
Deus não quer que nós, de repente, abandonemos todos os nossos compromissos, tudo o que ele nos pede é que paremos de correr tanto e olhemos ao nosso redor. Com certeza vamos ver muitos homens caídos pela estrada.


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