O guardião da fonte

"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida" Pv 4.23

"Um homem idoso, morador pacato de uma floresta vivia numa vila no leste dos Alpes. Muitos anos atrás, os vereadores contrataram o velho senhor para ser o Guardião da Fonte para cuidar da pureza da fonte incrustada na montanha. Quando ela transbordava, suas águas alimentavam o belo lago que corria pela cidade. Com uma regularidade fiel e silenciosa, o Guardião da Fonte patrulhava as montanhas, removia folhas e galho da fonte e limpava o lodo que se depositava e contaminava o fluxo de água fresca. Com o tempo, a vila se tornou uma atração popular para os turistas em férias. Cisnes graciosos flutuavam na fonte claríssima, os moinhos de vários estabelecimentos comerciais rodavam dia e noite, as terras eram naturalmente irrigadas e a vista dos restaurantes era maravilhosa.

Os anos se passaram. Uma noite os vereadores da cidade tiveram uma reunião semestral. Quando analisaram o orçamen­to, um dos homens viu o salário que era pago ao obscuro Guardião da Fonte. “Quem é este velho?” ele perguntou indig­nado. “Por que mantemos este homem entra ano e sai ano? Nunca ninguém o vê. Pelo que sabemos, ele não faz diferença. Ele não é mais necessário!” Numa votação unânime, os vere­adores dispensaram os serviços do velho homem.

Durante várias semanas nada mudou. Mas no início do outono, as folhas das árvores começaram a cair. Pequenos galhos se partiram e caíram na fonte, impedindo o fluxo de água límpida. Uma tarde, alguém notou um lodo marrom-amarelado no lago. Poucos dias depois, a água ficou mais escura. Den­tro de uma semana, uma película gosmenta cobria partes da fonte perto das bordas e um cheiro terrível emanava dela. Os moinhos rodavam vagarosamente; alguns finalmente para­ram. Os estabelecimentos comerciais perto da água fecharam. Os cisnes migraram para águas mais limpas e os turistas não visitavam mais a cidade. Eventualmente, os dedos viscosos das doenças penetraram profundamente a vila."

Esse trecho foi tirado do livro "Eu disse adeus ao namoro" (que aliás eu suuper recomendo que vocês leiam esse livro, é maravilhoso!). Essa história nos mostra de uma maneira maravilhosa a importância que devemos dar à nossa fonte de vida: o nosso coração. O versículo de provérbios que iniciou a nossa postagem já nos adverte sabiamente sobre esse pedacinho do nosso corpo que costuma nos causar sérios problemas. Quantas vezes você já tentou mudar suas atitudes erradas e não conseguiu? A questão é que muitas vezes agimos como os vereadores de pouca visão da história, vemos a beleza da fonte mas subestimamos a importância de cuidar dela. Imagine o seguinte: adiantaria alguma coisa a população limpar o lago que ficava na vila se o problema era a fonte suja que constantemente sujava e poluía o lago? Não! Da mesma forma não podemos esperar que as nossas atitudes, nosso falar e nosso pensar mudem se não conseguirmos limpar a fonte de todos esses problemas: o nosso coração. Jeremias 17.9 diz "Quem pode entender o coração humano? Não há nada que engane tanto como ele, está doente demais para ser curado"

Sozinhos, nada do que tentemos fazer será suficiente para nos transformar, e foi exatamente por isso que Jesus morreu naquela cruz, para nos salvar e trocar esse coração sujo e duro por um novo, limpo e cheio de vida: "Eu lhes darei um coração novo e porei em vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra, desobediente e lhes darei um coração bondoso, obediente. Porei o meu espírito dentro de vocês e farei com que obedeçam às minhas leis e cumpram todos os mandamentos que lhes dei" Ezequiel 36.26,27

Deus não é simplesmente maravilhoso? Devemos sempre pedir que Ele sonde nossos corações e nos transforme completamente. Aos poucos Ele nos mostrará as sujeiras que poluem nosso viver e nos ajudará a seguirmos firmes nos seus caminhos.

"Ó Deus, examina-me e conhece o meu coração! Prova-me e conhece os meus pensamentos. Vê se há em mim algum pecado e guia-me pelo caminho eterno" Salmos 139.23,24